A angústia parece ser um estado de espírito inerente ao ser humano.
Toda vida parece ser angustiada.
O homem possui um sofrimento que advém da sua própria existência e consciência de si mesmo.
Consciência de que, no final das contas, não é tão diferente assim do cachorro que vaga pelas ruas sem rumo.
Consciência de suas limitações terrenas quando vê um pássaro voando sobre sua cabeça.
Consciência de que por mais que faça, por mais que grite, por mais que crie, nada mais é que um indigente nas páginas da História.
E que, até mesmo a História, sua própria criação, nada mais é que finita perante ao Universo.
A insignificância do homem perante ao Todo é tão aterradora que o homem vaga pelo mundo angustiado.
Em sua busca desenfreada pela significância, o homem cria deuses que justifiquem o que lhe foge à compreensão, constrói sistemas que lhe deem um pseudo-objetivo de ser, inventam novas tecnologias no intuito de se sentir mais dono de sua pequena verdade.
O homem entra em consonância com o Universo somente através da Arte.
Quando toca, quando pinta, quando esculpe, quando canta, o homem se torna um conduíte de toda a grandeza do que é exterior à ele.
Mas, ainda assim, até mesmo a Arte, que é a forma do Universo se mostrar perante à nós, à nossa insignificância, se torna obsoleta ao ser tão finita quanto nossa própria existência.
Chegará o tempo no qual o homem deixará de existir. E o Universo nada mudará com isso.
O homem, em sua vã ignorância perante à grandeza do Universo, é tão efêmero quanto a vida que julga comandar.
O homem é o único ser conhecido por ele mesmo que vive com consciência de viver, que atribui significado à sua própria insignificância.
E essa consciência o angustia, pois ele é sem ser.
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