A tristeza que me toca não advém da impossibilidade de futuro.
Já me acostumei com o nosso impossível. Vivo dele.
A tristeza que me consome, não deixa meus risos virem à tona, é mais cândida, profunda.
É uma dor crônica, não latente.
Todas as sensações se adormecem nesse lago opaco de lamúrias.
Lamúrias não pela impossibilidade. Já lhe disse, vivo dela.
Lamúrias por não ter externado toda aquela loucura que sentia.
Lamúrias por não ter mostrado ao mundo o quanto te amar foi belo.
Lamúrias por não ter gritado toda a ternura, a necessidade, o desejo dos dias ensolarados.
Lamúrias por ter que ouvir os mesmos gritos vindos de outros lábios.
Lábios que tocam o que antes era meu. De minha posse. Meu.
E que agora só existe na impossibilidade.
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