É demais querer que seus olhos pousem só em mim?
Querer que somente a minha essência intrigue sua mente?
Que só o meu cheiro lhe desperte desejo?
Que só o meu toque lhe acalme a alma?
É demais querer possuí-la em meu domínio, minha prisão?
Sem visitação. Sem banho de sol diário. Não quero que o sol queime sua pele. Ela é minha.
Quero-a encarcerada em mim.
A necessidade do meu amor seria a sua ruína se decidisse interceder por suas vontades.
Mas, mesmo na sua loucura - na minha loucura -, prefiro viver na sua impossibilidade do que na desgraça da sua plenitude.
Ser pleno em meu amor seria o mesmo que ser o mandante e executor da sua morte.
Seu carrasco. Meu carrasco.
Como um câncer, comeria sua alma, sua força, seu brilho.
Depenaria suas asas para não mais voar para longe.
E quando tudo já tivesse se ido, quando minha sede já tivesse sido saciada, o amor iria também.
As asas que a fizeram voar até meus olhos teriam-se ido na minha ânsia de tê-la.
Meu amor pelo pássaro deixaria de existir quando pássaro você não mais fosse.
Apenas plane à minha volta, longe do meu alcance, longe do meu amor.
Ele será a sua morte.
E, por consequência, a minha.
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