quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Cartão Postal de BH

Quando falam sobre BH o que lhe vem à mente?
Praça da Liberdade? Palacio das Artes? Parque Municipal?
Praça da Estação? Praça do Papa?
Ousaria até dizer: BH, a cidade das praças? Por que nao, certo?!

Pois bem, estava eu, em plena quarta-feira, sentada com os amigos, na varanda do Edifício Maleta, tomando uma cerveja, quando, de repente, percebo que eu estava sentada no meio de um cartão postal de BH.
Um cartão postal que É a imagem que melhor define a cidade maravilhosa.

Imagine-se sentado no seguinte cenário:
A sua esquerda estão as portas de metal - aquelas de bares e lojas do centro
de qualquer cidade -, entremeadas por pilastras grossas, redondas, ornamentada
com pequeno azulejos cor de cimento.
Bem característico de cidade grande. Concreto, metal - cidade que cresceu
rápido, sem luxo.
Logo a frente, a velha e sempre presente mesa de bar. Aquelas de plástico mesmo,
sabe?
Em cima dela nada mais que: um pacote de amendoim salgado, várias bitucas de 
cigarro de palha, copos de cerveja, isqueiros.
Com seus cigarros de palha e os copos de cerveja, a mesa grita: MINAS, uai!

Meu companheiro da noite é ninguem mais ninguem menos que a representação
da cena jovem e pop de BH: um gay maravilhosamente despojado, inteligente, comunicativo.

A esquerda temos a sacada de concreto e aço inox do prédio. 
Naquela superfície espelhada e contemporânea vê-se claramente o séc.XXI em
um prédio tão representativo da história de BH. A modernidade chega para todos.

Logo abaixo, temos a Augusto de Lima.
Agradavelmente movimentada pelo horário já tardio.
ônibus que vêm e que param, desce gente, sobe gente.
Pessoas que atravessam as ruas, naquele ritmo constante, necessário.
Retardatário em BH nada mais é que atropelado.

Entre as duas mãos da rua, há árvores plantadas na calçada. 
Dá exatamente aquele ar de praça, primordial em BH.
Você se sente bem. Ver aquelas arvores altas entre os metais dos carros que reluzem
entre os semáforos e o concreto dos prédios que crescem impiedosos sobre aquele
movimento de civilização.

Do outro lado da rua, os edifícios são residenciais. Nada de vidro espelhado,
30 andares, etc. Não. Um deles é verde, abacate, ousaria dizer. Com varandas e 
janelas que mostram claramente que, ali, há vida.

Mas o que mais torna esse cenário o cartão postal perfeito de BH é o Casarão.
No quarteirão da frente, do outro lado da rua, no meio de todo aquele barulho e
movimento, surge uma construção histórica, de apenas um andar e da largura do
quarteirão. Arquitetura belíssima.
E o mais engraçado é a luz que ilumina tal construção.
Não é daquelas fluorescentes que dão um ar inóspito para todo prédio histórico.
Não, pelo contrário.
É aquela luz amarelada, que a mídia tanto insiste em condenar pelo alto consumo
de energia elétrica.
Aquela luz que você lembra da sua infância. Aconchegante.
Parece haver vida lá dentro. Não é apenas mais um "prédio histórico" cheio
de frescuras. Não pise, não toque, não olhe. 
Mineiro é tudo, menos fresco.
Aquela luz fez a cena. Um casarão histórico que parece dizer: vamos entre, há
vida aqui dentro. Mas, nao só isso, um pao de queijo e um cafézinho também.

BH é a cidade maravilhosa. Na qual, você tem, ao mesmo tempo, modernidade,
civilização, história e vida.
O Rio que me desculpe com o seu Cristo e suas praias.
Mas eu gosto mesmo é de BH com suas praças e cigarros de palha.

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